O Pará está no grupo de
Estados onde os especialistas são minoria em relação aos generalistas,
com razões abaixo de 1, com apenas 0,96 médicos com especialização para
cada grupo de mil habitantes. As demais unidades federativas abaixo de 1
são o Rio de Janeiro, Maranhão, Pernambuco, Tocantins e Rondônia. Entre
todas as regiões, o Sul possui a maior proporção de especialistas em
relação a generalistas: 2,11. No outro extremo, o Norte tem a menor,
0,94 - indicando que para cada 0,98 especialista há um generalista.
O Nordeste tem a razão de 1,17. A região
Sudeste, com razão de 1,35, está abaixo do Centro-Oeste, que possui 1,96
especialista para cada generalista. Essa posição se deve ao Distrito
Federal, que conta com 2,44 especialistas por generalista, a maior razão
das unidades da federação. Em quatro unidades da federação, há mais de
dois especialistas por generalista: Distrito Federal, seguido de Rio
Grande do Sul, Espírito Santo e Santa Catarina.
Embora as diferenças entre as razões dos diversos Estados pareçam pouco acentuadas,
o número absoluto de especialistas chama a atenção. Apenas o Estado de
São Paulo, por exemplo, soma um total de 67.944 especialistas titulados.
Esse número é superior à soma de todos os especialistas das regiões
Nordeste, Centro-Oeste e Norte, que é de 61.652. No Pará, são apenas
3.176 especialistas.
Atuação de médicos é 3 vezes maior na rede privada
Outra conclusão do estudo feito pelo
Conselho Federal de Medicina é de que é três vezes mais fácil encontrar
um médico no setor privado do que no Sistema Público de Saúde (SUS). O
estudo Demografia Médica revelou que 21,6% dos médicos trabalham apenas
no setor público, enquanto 26,9% estão exclusivamente no setor privado e
51,5% dos profissionais atuam nas duas esferas. A quantidade de médicos
que atendem exclusivamente ao setor público contrasta com a informação
de que apenas 25% da população brasileira tenha convênio médico e 75%
utilize exclusivamente o SUS. Para o coordenador da pesquisa, o
professor Mário Scheffer, os dados comprovam: a disponibilidade de
médicos na rede privada é três vezes maior do que na rede pública.
Para o presidente do Conselho Federal de
Medicina, Carlos Vital, os dados e conclusões apresentados no estudo são
imprescindíveis à eficiência administrativa, conquistada para uma
melhor gestão dos “insuficientes recursos orçamentários e financeiros
disponíveis” para a assistência à saúde pública no País. “Há que se ter
condições dignas para o exercício da medicina e condições adequadas para
o trabalho. Isso requer maior financiamento para a saúde e também um
esforço administrativo capaz de promover essas condições”, asseverou
Vital.
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