domingo, 13 de dezembro de 2015

O paraense se sente numa "terra sem lei"


O paraense se sente numa
Crimes acontecem a qualquer hora, em qualquer lugar: jovem foi assassinada na quarta, em tentativa de assalto.
Viver em segurança parece uma meta cada vez mais distante da realidade dos cidadãos paraenses. E não é apenas porque todos os dias os noticiários estão repletos de episódios violentos. Para muito além desses casos, que ganham destaque para um grande público, muitos outros ocorrem cotidianamente. São histórias e mais histórias, que sequer são acrescentadas às estatísticas, mas são conhecidas dentro de casa ou pelas vizinhanças. 
Na última terça (8), o desabafo de um cidadão, revoltado com essa rotina estabelecida pelo medo, ganhou as redes sociais. Foi como um grito. Um libelo vociferado por uma sociedade cansada de discursos vagos e desinteressados do poder público: “INSEGURANÇA TOTAL. Ontem bandidos armados e montados em motos (que trafegam pela cidade, livremente, na contramão), assaltavam, tranquilamente, nos bairros do Umarizal, Reduto, Nazaré e Batista Campos. Daqui para o Natal, a tendência é piorar. 
Estamos no caos. O Estado, efetivamente, perdeu o controle sobre o crime. O que fazer? Exigir um posicionamento das autoridades e, como sempre, rezar...”, escreveu o advogado Clovis Malcher Filho. O depoimento do advogado foi reforçado pelos fatos registrados na noite do dia 08, quando quatro assassinatos ocorreram em apenas 3 horas, em Belém. 
Um deles chamou a atenção pela audácia dos criminosos e pela clara fragilidade da segurança pública. Um homem de 30 anos foi morto na calçada de uma agência bancária, na avenida Pedro Miranda, exatamente a menos de 50 metros da delegacia do bairro da Pedreira. 
AO DEUS DARÁ
Naquele momento, por volta das 21h30, a unidade policial estava fechada para reforma. Segundo testemunhas do crime, o assassino conseguiu fugir tranquilamente, a pé, sem que ninguém conseguisse impedi-lo. “É muita ousadia. A confiança está neles. Se sentem seguros de que nada vai acontecer. Não temem a polícia e agem sem medo”, comenta Paulo Fernandes, morador e taxista há mais de 30 anos na Pedreira. 
Além da ausência da Polícia Civil no bairro, a ronda ostensiva da Polícia Militar também minguou. Prova disso é pela mais de uma hora em que a equipe de reportagem esteve nas vizinhanças, nenhuma viatura passou pela avenida Pedro Miranda, uma das vias mais movimentadas de Belém, pela concentração de bancos e pontos comerciais. Empresários já temem o agravamento da fragilidade da segurança no movimentado mês de dezembro. José Sales, 40, pensa em contratar segurança particular para a loja de confecções, ainda que localizada ao lado da seccional. “Mesmo assim, nos sentimos vulneráveis”, desabafou.

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