domingo, 13 de dezembro de 2015

Pará tem a 2ª pior taxa de médicos por habitantes

Pará tem a 2ª pior taxa de médicos por habitantes (Foto: Divulgação)
Estado tem menos de um médico para cada mil habitantes: é menos da metade da média brasileira. 
Uma das faces mais cruéis das desigualdades regionais brasileiras é a falta de médicos para atender a população. Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina mostra que as duas unidades da federação que registram as menores relações de médicos por cada grupo de mil habitantes são o Maranhão e o Pará, dois Estados que figuram regularmente no topo de rankings de piores índices de desenvolvimento humano do País. O Maranhão tem a relação de 0,79 médicos por mil habitantes. No Pará, ela é de 0,91. O Brasil tem, em média, 2,11 médicos para cada mil pessoas. A taxa é próxima às de países desenvolvidos como Estados Unidos, com média de 2,5 médicos por mil habitantes, Canadá (2,4) e Japão (2,2).
Os dados do relatório Demografia Médica no Brasil 2015 mostram que o Programa Mais Médicos, lançado pelo Governo Federal em julho de 2013, não conseguiu resolver a falta de médicos em locais mais isolados dos grandes centros urbanos. Belém é um exemplo: soma 3,74 médicos para cada mil habitantes, enquanto a média paraense - excluindo os médicos de Belém - é de apenas 0,3 médicos para cada grupo de mil habitantes.
As regiões Norte (1,09 médico por mil habitantes) e Nordeste (1,3) estão abaixo da média nacional. Nos sete Estados do Norte, a razão varia de 0,91 a 1,51 médico por cada mil habitantes. As outras três regiões têm números acima da média brasileira. A região Sudeste conta com o maior número de médicos por mil habitantes: 2,75, acima da região Sul, que lista 2,18, e da Centro-Oeste, que tem média de 2,20. 
Quando se comparam às unidades da federação, o Distrito Federal tem 4,28 médicos por mil habitantes, seguido do Estado do Rio de Janeiro, com razão de 3,75. O Estado de São Paulo vem em terceiro lugar, com razão de 2,7, seguido do Espírito Santo, com 2,24 médicos por mil habitantes. Segundo Mário Scheffer, coordenador do estudo Demografia Médica no Brasil e professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), nessa média não é considerado o número total de médicos, mas o de registros, porque “um médico com dois registros tem de ser contado nos dois Estados, porque ele é mão de obra para ambos”.
De acordo com o levantamento, mais de 400 mil médicos atuam no Brasil. O total de registros de médicos no País é de 432.870, mas 33.178 registros se referem a registros secundários. Ou seja, são de profissionais com mais de um registro nos conselhos regionais.
SEM ESPECIALISTAS
A Demografia Médica no Brasil 2015 também atualiza o levantamento sobre o número de médicos especialistas titulados e sua distribuição entre as 53 especialidades médicas e entre as 27 unidades da federação. Os dados mostram que a região Norte, além de sofrer com a carência de profissionais para atender a população que reside nos locais afastados dos grandes centros urbanos, sofre com a falta de qualificação dos profissionais.
O estudo adota o termo “generalista” para designar o médico sem título de especialista. Dos médicos em atividade no Brasil, 59% – ou 228.862 deles – têm títulos de especialistas. Os outros 159.341 (41% do total) são médicos generalistas, sem títulos de especialistas. No Brasil, a razão é de 1,41 especialista para cada generalista.

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