Passados 3 meses dos
primeiros sintomas, a notificação que chegou até a residência da
cuidadora de idosos Bethânia Botelho, 50 anos, levou à confirmação do
que ela e a família já desconfiavam. Percebido ainda no final de agosto
deste ano, a ocorrência de febre, dores nas articulações, aparecimento
de manchas vermelhas pelo corpo e coceira foi de fato provocada pelo
zika vírus. “Eu desconfiei que era zika e agora veio a confirmação de
que foi isso que eu tive mesmo”.
Apesar de já recuperada, a moradora do
bairro da Sacramenta, em Belém, não esconde a preocupação principalmente
diante das notícias mais recentes divulgadas sobre o vírus que ainda é
pouco conhecido no Brasil. Em pronunciamento oficial realizado na última
sexta-feira (27), o Ministério da Saúde confirmou as duas primeiras
mortes relacionadas ao vírus que se tem notícia no mundo, sendo uma
delas ocorrida no Estado do Pará. “Eu e minha filha fomos na Unidade de
Saúde da Sacramenta e deram só um remédio pra gente e disseram pra
procurarmos um alergista. Na época nem desconfiaram que todos esses
sintomas eram de zika”. Acometendo mais duas pessoas de sua família – a
filha e um sobrinho -, Bethânia lembra que uma das principais
características da doença era a vermelhidão seguida de coceira intensa
pelo corpo, além das dores e inchaços nas articulações.
Desconfiada, na época, que os sintomas
não se tratavam de uma alergia, ela e a filha desconfiaram de zika após
fazer uma pesquisa na internet. Ainda assim, a cuidadora acredita que
não recebeu as orientações adequadas para tratar a doença. “A gente teve
a iniciativa de ir no departamento de sorologia para fazer a coleta de
sangue. Ninguém deu nenhuma orientação pra gente, viemos pra casa e
saímos da crise sem tomar remédio nenhum, mas agora veio a confirmação
do próprio Instituto Evandro Chagas de que estávamos certas”.
De acordo com a moradora, outras pessoas
do bairro também se queixaram dos mesmos sintomas no mesmo período, já
no início do mês de setembro deste ano. O medo, agora, é de que ainda
hajam focos do mosquito transmissor do vírus – o aedes aegypti, que
também transmite a dengue e o chikungunya – no bairro da Sacramenta. “A
gente faz a nossa parte, mas e o resto? Até agora não passaram o fumacê
por aqui pela rua”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário