terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Zika espalha medo na população

Zika espalha medo na população (Foto: Divulgação)

Passados 3 meses dos primeiros sintomas, a notificação que chegou até a residência da cuidadora de idosos Bethânia Botelho, 50 anos, levou à confirmação do que ela e a família já desconfiavam. Percebido ainda no final de agosto deste ano, a ocorrência de febre, dores nas articulações, aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo e coceira foi de fato provocada pelo zika vírus. “Eu desconfiei que era zika e agora veio a confirmação de que foi isso que eu tive mesmo”.
Apesar de já recuperada, a moradora do bairro da Sacramenta, em Belém, não esconde a preocupação principalmente diante das notícias mais recentes divulgadas sobre o vírus que ainda é pouco conhecido no Brasil. Em pronunciamento oficial realizado na última sexta-feira (27), o Ministério da Saúde confirmou as duas primeiras mortes relacionadas ao vírus que se tem notícia no mundo, sendo uma delas ocorrida no Estado do Pará. “Eu e minha filha fomos na Unidade de Saúde da Sacramenta e deram só um remédio pra gente e disseram pra procurarmos um alergista. Na época nem desconfiaram que todos esses sintomas eram de zika”. Acometendo mais duas pessoas de sua família – a filha e um sobrinho -, Bethânia lembra que uma das principais características da doença era a vermelhidão seguida de coceira intensa pelo corpo, além das dores e inchaços nas articulações.
Desconfiada, na época, que os sintomas não se tratavam de uma alergia, ela e a filha desconfiaram de zika após fazer uma pesquisa na internet. Ainda assim, a cuidadora acredita que não recebeu as orientações adequadas para tratar a doença. “A gente teve a iniciativa de ir no departamento de sorologia para fazer a coleta de sangue. Ninguém deu nenhuma orientação pra gente, viemos pra casa e saímos da crise sem tomar remédio nenhum, mas agora veio a confirmação do próprio Instituto Evandro Chagas de que estávamos certas”.
De acordo com a moradora, outras pessoas do bairro também se queixaram dos mesmos sintomas no mesmo período, já no início do mês de setembro deste ano. O medo, agora, é de que ainda hajam focos do mosquito transmissor do vírus – o aedes aegypti, que também transmite a dengue e o chikungunya – no bairro da Sacramenta. “A gente faz a nossa parte, mas e o resto? Até agora não passaram o fumacê por aqui pela rua”.

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