O advogado do empresário Alberto Jatene informou que vai a Brasília
tentar revogar a prisão temporária decretada pela Justiça e cumprida
nesta sexta-feira (16), durante as ações da operação "Timóteo", da
Polícia Federal, que investigado um esquema de corrupção na cobrança de royalties de exploração mineral. O advogado nega a partipação do empresário no esquema.
Alberto é filho do governador do Pará, Simão Jatene, e é sócio de dois
postos de combustíveis usados para transferir parte do dinheiro desviado
no esquema, de acordo com as investigações do Ministério Público
Federal (MPF). O órgão afirma que o valor movimentado nas contas
bancárias dos postos chegou a R$ 750 mil. A defesa do empresário nega
que ele tenha usado a influência familiar para conseguir informações
privilegiadas.
Segundo o MPF, os suspeitos de participar da fraude no Pará pertencem
ao "núcleo político" do esquema. A operação cumpriu 21 mandados de busca
e apreensão nesta sexta no estado, inclusive nas prefeituras de
Oriximiná, Parauapebas e Canaã dos Carajás. Em Belém, os alvos da
operação foram o Departamento Nacional de Produção Mineral e o
apartamento de Alberto Jatene.
O empresário não foi localizado pelos policiais em sua residência, mas
se apresentou na sede da PF em Belém no final da tarde desta sexta e
prestou depoimento. Ele vai passar a noite detido na sede do Comando
Geral do Corpo de Bombeiros. A Justiça Federal decretou a
indisponibilidade dos bens de todos os acusados de envolvimento no
esquema no valor total de R$ 66 milhões, prejuízo que os crimes teriam
causado aos cofres públicos.
Oito mandados de prisão temporária foram expedidos pela Justiça para o
Pará e cinco deles foram cumpridos nesta sexta. Três pessoas seguem
foragidas, entre elas Darci Lermen, prefeito eleito de Parauapebas. De
acordo com as investigações, Darci recebeu o valor de R$ 59 mil para
viabilizar as contratações de escritórios investigados no período em que
foi prefeito de Parauapebas, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2012.
"Estamos arrecadando materiais que foram listados como de interesse na
investigação nos locais onde está sendo feito a busca e apreensão. Esse
material será encaminhado para, onde uma equipe especializada vai
analisar esse material", disse o superintendente da PF no Pará, Uálame
Machado.
"Nas prisões que estão sendo cumpridas aqui e as conduções coercitivas,
as pessoas estão sendo ouvidas por nós com base em quesitação que é
vinda de Brasília. A partir daí, quem é conduzido coercitivamente vai
ser liberado depois do depoimento e quem tem decreto de prisão será
encaminhado ao sistema penitenciário", explica o superintendente.
Sobre a operação Timóteo
As
investigações fazem parte da operação Timóteo que, de acordo com a
Polícia Federal do Pará, está concentrada na Polícia Federal em Brasília.
A apuração dos fatos começou em 2015, com a denúncia de enriquecimento
ilícito de um diretor do departamento nacional de produção mineral.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, este diretor faria parte de uma
associação criminosa que repassava informações privilegiadas em troca de
parte do valor arrecado pelos municípios que recebem repasses pela
exploração de minérios.
A operação foi realizada ainda em outros 10 estados: Goiás, Bahia, Mato
Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.
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