terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Rio se recupera de danos causados por naufrágio

Rio se recupera de danos causados por naufrágio (Foto: Marcos Santos)
Estudo feito logo após o acidente mostrou um grande poder de recuperação do rio, em pouco tempo 
Pesquisa realizada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) no Rio Pará, após o naufrágio do navio Haidar, com 5 mil bois vivos, no dia 6 de outubro deste ano, revela que os impactos ambientais na área do Porto de Vila do Conde são cada vez menores. A avaliação da qualidade da água, feita a partir de diversas análises, já apontava que, em uma semana, a própria natureza se encarregou de minimizar a situação. Porém, mesmo passados 2 meses, os pesquisadores não recomendam o uso da água, tanto para banho, como para o consumo, ainda que tratada.
O relatório divulgado ontem à imprensa detalha que foram retiradas amostras em 10 pontos do rio, próximo ao porto, durante enchentes e vazantes, nos dias 7, 8, 14 e 15 de outubro, mês do acidente. Pesquisadores da seção de Meio Ambiente, encarregados de monitorar a qualidade da água daquela área desde 2009, coletaram e fizeram a análise física – química, microbiológica e biológica. De acordo com o engenheiro químico Bruno Carneiro, nos 2 primeiros dias os impactos eram significativos: demanda bioquímica de oxigênio - concentração de matéria orgânica biodegradável, oxigênio dissolvido – fundamental para a vida aquática; fósforo – excesso de supercrescimento de algas, óleos e graxas, apresentavam alterações ou que deveriam ser inexistentes. “O que aconteceu lá foi o lançamento de matéria orgânica dos bois que entraram em decomposição, e dejetos, aumentando a proliferação de bactérias”, explica.

ESTUDO
Num breve estudo realizado também pela bióloga Samara Pinheiro e o biomédico Edivan Vale, em comparação ao mesmo período do ano passado, logo após o naufrágio houve grandes alterações ao meio ambiente, mas, com o passar do tempo, elas foram diminuindo e, até uma semana depois do acidente, nos últimos dias da análise, as alterações já eram insignificantes. “O impacto foi muito grande, mas o rio teve poder de recuperação ainda maior em pouco tempo”, avalia Carneiro, reforçando que “se faz necessário monitoramento constante” . 
Há, porém, outra pesquisa com conclusão distinta. Técnicos do Laboratório Central do Estado (Lacen) divulgaram, no dia 21 de outubro passado, que as praias do Caripi, Itupanema e o igarapé Dendê estavam livres de contaminação. O Lacen havia coletado as amostras de água na semana anterior à divulgação da pesquisa.

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